sexta-feira, 23 de maio de 2008

Sistema Digestivo Humano

Todos os animais são heterotróficos, tendo como única fonte de carbono moléculas orgânicas sintetizadas por outros seres. Os herbívoros alimentam-se de produtos vegetais, os carnívoros de outros animais ou produtos de origem animal e os omnívoros apresentam uma dieta mista.

Com pequenas variações, todos os animais necessitam dos mesmos nutrientes básicos (minerais, vitaminas, glícidos, lípidos e prótidos), que fazem parte dos alimentos mas geralmente em formas complexas, pelo que terão que ser digeridos antes de ser utilizados.

O conjunto de processos que ocorrem desde a ingestão dos alimentos até á sua utilização final nas células designa-se nutrição e é semelhante em todos os animais, onde existem células, cavidades ou órgãos especializados nesse processamento dos alimentos.

Introdução

A nutrição inclui as seguintes etapas:

  • Ingestão – alimentos são captados e introduzidos no corpo, por métodos variados, consoante o animal:

  • Filtração – animais aquáticos retiram partículas e células da água, fazendo-as aderir a superfícies cobertas de muco ou capturando-as com cílios ou apêndices plumosos;

  • Detritos – animais como os anelídeos alimentam-se de detritos orgânicos do solo ou fundos aquáticos;

  • Partículas sólidas – a maioria dos animais utiliza alimentos sólidos de origem animal e/ou vegetal, por vezes em pedaços grandes, necessitando de estruturas para os esmagar;

  • Alimentos líquidos – frequentemente animais parasitas alimentam-se exclusivamente de fluidos animais e/ou vegetais, embora tal não seja exclusivo deste tipo de animal;

  • Digestão – os alimentos contêm moléculas complexas que não podem ser absorvidas pelas células directamente, necessitando de ser hidrolisadas por enzimas. Esta etapa é essencialmente química, facilitado quando os alimentos são previamente triturados e fragmentados – digestão mecânica -, o que aumenta a área de contacto com as enzimas. A digestão pode ser:

  • Intracelular – existe em animais simples (poríferos, cnidários, platelmintes) e decorre em vacúolos digestivos de células especializadas;

  • Extracelular – representa uma importante vantagem evolutiva pois o animal pode ingerir em cada refeição maior quantidade de alimento, que é armazenado e digerido durante um período mais longo de tempo. Deste modo, o animal não necessita de se alimentar permanentemente. Neste caso, a digestão ocorre em cavidades digestivas, que, apesar de se encontrarem no interior do corpo, lhe são externas, representando um prolongamento do meio;

  • Absorção – após a digestão, as moléculas simples devem atravessar a membrana dos órgãos digestivos para o meio interno, seja directamente para as células ou através do transporte pelo sangue ou outros líquidos. Nas células os nutrientes vão ser transformados em ATP ou utilizados na biossíntese;

  • Egestão – eliminação de resíduos da digestão.

Nutrição

Os sistemas digestivos mais complexos apresentam zonas especializadas:

  • Região receptora – inclui a cavidade bocal e suas peças acessórias – mandíbulas, rádula, dentes, bico, língua (única dos cordados) - e a faringe, onde se realiza a deglutição. Na cavidade bocal é lançada a secreção das glândulas salivares, que lubrifica e facilita a deglutição, além de, em certos casos, iniciar a digestão química pela amilase. A saliva pode também apresentar substâncias tóxicas ou anticoagulantes;

  • Região de transporte e armazenamento – composta pelo esófago, na maioria dos animais corresponde apenas a uma região de passagem dos alimentos em direcção á zona digestiva, mas pode apresentar uma dilatação – papo -, onde o alimento é armazenado antes da digestão;

  • Região de digestão e absorção – composta pelo estômago e intestino delgado. Em muitos vertebrados e alguns invertebrados é no estômago que se inicia a digestão química, misturando os alimentos com sucos digestivos. Pode existir um “estômago mecânico”, a moela. Nos animais com estômago simples, o intestino completa a digestão e realiza a absorção;

  • Região de absorção de água e concentração de resíduos – composta pelo intestino grosso, onde os resíduos não digeridos se tornam mais consistentes, á medida que a água vai sendo absorvida. As fezes sólidas daí resultantes são expulsas por egestão. A reabsorção de água é particularmente importante em insectos, répteis e aves, cujas fezes são quase secas, tornando-os bem adaptados á vida em meio seco.

Zonas do tubo digestivo

Os sistemas digestivos evoluíram no sentido do aproveitamento mais eficaz dos alimentos ingeridos, podendo ser uma simples cavidade ou apresentar diferentes órgãos especializados.

Este tipo de sistema digestivo tem vantagens adaptativas, nomeadamente, os alimentos deslocarem-se num único sentido, sofrendo alterações sequenciais e aumentando o aproveitamento dos alimentos. É igualmente vantajoso que os resíduos possam ser armazenados algum tempo antes de ser expulsos através do ânus.

Como exemplos das principais etapas da evolução do sistema digestivo analisaremos os seguintes animais:

Evolução dos sistemas digestivos

Nestes animais existe apenas uma cavidade gastrovascular, com uma única abertura, que funciona simultaneamente como boca e ânus – sistema digestivo incompleto.

A digestão inicia-se na cavidade com a ajuda de enzimas digestivas produzidas pelas células glandulares da gastroderme. As partículas semidigeridas são depois fagocitadas e a hidrólise é completada em vacúolos digestivos – digestão intra e extracelular.

Os nutrientes difundem-se para o corpo, enquanto os resíduos são exocitados e devolvidos á cavidade gastrovascular, donde vão para o exterior.

Cnidários

O tubo digestivo é incompleto, apenas com uma abertura, que é a boca, embora funcione igualmente como ânus. Nestes animais o intestino é muito ramificado, logo nenhuma célula está muito longe do tubo digestivo, aumentando a área de digestão e a distribuição eficaz dos alimentos.

Existe alguma diferenciação, apesar de não existirem órgãos especializados, pois a faringe projecta-se para fora da boca, ajudando à ingestão de alimentos.

Tal como nos cnidários, a digestão é intra e extracelular.

Platelmintes

Nestes animais o tubo digestivo é completo, com duas aberturas terminais (boca anterior e ânus posterior) e está diferenciado em regiões especializadas, que realizam uma digestão extracelular.

O tubo digestivo é formado por:

  • Boca;

  • Faringe – órgão musculoso, que suga os alimentos;

  • Esófago – tubo de passagem;

  • Papo – zona de armazenagem de alimentos;

  • Moela – como o animal não tem dentes, este compartimento realiza a digestão mecânica, com a ajuda de pequenas pedras;

  • Intestino – local de realização da digestão química, bem como da absorção. A absorção é facilitada pelo aumento de área que a presença da prega dorsal tiflosole fornece;

  • Ânus.

Anelídeos
Estrutura do sistema digestivo de uma ave granívora

Tal como em todos os vertebrados, nas aves o tubo digestivo é completo, com dois órgãos anexos muito importantes – fígado e pâncreas.

O tubo digestivo propriamente dito está dividido nos seguintes compartimentos:

  • Boca;

  • Esófago;

  • Papo – dilatação a nível do esófago, onde os alimentos são armazenados e amolecidos;

  • Proventrículo – primeira divisão do estômago, onde é segregado suco gástrico com enzimas;

  • Moela – segunda divisão do estômago, muito musculosa e que mói completamente os alimentos, com a ajuda de pedras e areia que o animal ingere;

  • Intestino – local onde decorre a absorção e onde são lançadas as secreções do fígado e pâncreas;

  • Ânus – localizado na cloaca, não abrindo directamente para o exterior.

Aves

Os mamíferos necessitam de uma dieta nutritiva e abundante pois os custos metabólicos da manutenção de temperatura são muito elevados, mas de acordo com o regime alimentar, o tubo digestivo pode apresentar adaptações específicas.

Nos carnívoros o aparelho digestivo é simples pois as proteínas, lípidos e sais minerais que se encontram na carne não necessitam de digestão especializada.

Nos omnívoros o estômago é um saco de paredes musculosas e com glândulas produtoras de ácido clorídrico e enzimas. A parede do estômago não é destruída por estes fluidos devido à protecção da mucina, outra secreção gástrica.

As plantas contêm glícidos complexos, como a celulose. Assim, nos herbívoros o intestino é proporcionalmente maior, pois os vegetais são menos nutritivos e de digestão difícil. Dado que nenhum vertebrado produz enzimas capazes de hidrolisar este polissacárido muitos herbívoros albergam bactérias em diversos compartimentos, nomeadamente no ceco ou no próprio estômago, que nesse caso é subcompartimentado:

  • rúmen – onde se localizam as bactérias capazes de fermentar a celulose, que se reproduzem a uma taxa suficientemente elevada para compensar as que são "perdidas" com a deslocação do bolo alimentar. O conteúdo deste compartimento (bactérias e material vegetal) é regurgitado regularmente para a boca, quando o animal, num local seguro, mastiga demoradamente o alimento ingerido apressadamente;

  • retículo - igualmente rico em bactérias fermentativas, recebe o bolo alimentar depois de remastigado na boca, permitindo uma maior área de ataque às celulases bacterianas;

  • omaso - a pasta alimentar contendo enorme quantidade de bactérias fermentativas é "concentrada", devido à reabsorção de água;

  • abomaso - compartimento correspondente ao estômago nos restantes mamíferos, secreta ácidos e proteases que completam a digestão da forma tradicional.

Deste modo, estes animais ingerem maiores quantidades de alimentos, que permanecem muito tempo no tubo digestivo. Este método digestivo é muito eficiente para uma dieta pobre em proteínas, pois as próprias bactérias são igualmente digeridas tornando-se uma fonte de proteínas para o ruminante (uma vaca pode obter cerca de 100 g de proteínas por dia da digestão das suas bactérias endossimbióticas).

Alguns herbívoros não ruminantes, como os coelhos e lebres, também contêm a sua própria flora fermentativa, geralmente em divertículos especializados - ceco. No entanto, como o ceco abre no intestino grosso a absorção de nutrientes digeridos pelos microrganismos é pouco eficaz e incompleta. Para o compensar, muitos destes animais ingerem as suas fezes - coprofagia. Existem geralmente dois tipos de fezes nestes casos, um composto exclusivamente por detritos e outro, que é ingerido directamente do ânus, composto por material cecal, que irá então passar pelo estômago e intestino delgado, sendo os seus nutrientes absorvidos.

O dióxido de carbono e o metano são produtos secundários do metabolismo fermentativo destas bactérias, podendo um ruminante típico (uma vaca, por exemplo) produzir até 400 litros de metano por dia. Este facto torna o gado doméstico a segunda mais importante causa do efeito de estufa na Terra (logo após a industria).

O tamanho do animal é decisivo no tipo de dieta, e, logo, no tipo de sistema digestivo que irá apresentar. Nos pequenos mamíferos a razão área/volume é elevada, significando que perdem grande quantidade de calor para o meio. Assim, devem apresentar grandes necessidades calóricas e metabolismo elevado. Como não poderão tolerar uma digestão lenta como a dos herbívoros, os mamíferos com menos de 500 g são quase todos insectívoros.

Pelo contrário, os mamíferos de maior porte geram mais calor e perdem menos calor, tolerando um processo de recolha de alimento mais demorado (carnívoros que atacam presas de grande porte) ou uma digestão lenta (herbívoros). Além disso, animais com mais de 500 g não conseguiriam recolher uma quantidade de insectos suficiente durante o dia. A única excepção são os mamíferos que se alimentam de grandes quantidades de insectos coloniais (formigas ou térmitas).

O tubo digestivo humano pode ser considerado típico da classe dos mamíferos. O alimento introduzido na boca progride no tubo pelos movimentos peristálticos involuntários.

Embora a digestão se inicie na boca, é no estômago e intestino delgado que ela se processa, com intervenção de grande variedade de enzimas. Estas são produzidas por glândulas gástricas e intestinais, além de órgãos anexos como as glândulas salivares, pâncreas e fígado (a bílis não apresenta, no entanto, enzimas).

A absorção é facilitada pela presença no intestino delgado de pregas – válvulas coniventes – cobertas com vilosidades intestinais em forma de dedo de luva, cujas células epiteliais ainda apresentam microvilosidades. Todo este conjunto aumenta grandemente a área de contacto entre os alimentos e a parede, facilitando a absorção, que se realiza por difusão ou por transporte activo.

Mamíferos

Habitat

Tubo digestivo

Compartimentos

Órgãos anexos

Tipo de digestão

Platelmintes

Água doce

Incompleto

Cavidade gastrovascular

-

Intra e extracelular

Anelídeos

Aquático ou terrestre

Completo

Faringe, esófago, papo, moela, intestino com tiflosole

-

Extracelular

Insectos

Terrestre

Completo

Faringe, esófago, papo, estômago, intestino e recto

Glândulas salivares, cecos gástricos

Extracelular

Peixes cartilagíneos

Água salgada

Completo

Faringe, esófago, estômago, intestino delgado e intestino grosso

Glândulas salivares, fígado e pâncreas

Extracelular

Peixes ósseos

Aquático

Completo

Faringe, esófago, estômago, intestino delgado e intestino grosso

Fígado e pâncreas

Extracelular

Anfíbios

Água doce e terrestre

Completo

Faringe, esófago, estômago, intestino delgado e intestino grosso

Fígado e pâncreas

Extracelular

Répteis

Terrestre

Completo

Faringe, esófago, estômago, intestino delgado e intestino grosso

Glândulas salivares, fígado e pâncreas

Extracelular

Aves

Terrestre

Completo

Faringe, esófago, papo, proventrículo, moela, intestino delgado e intestino grosso

Glândulas salivares, cecos intestinais, fígado e pâncreas

Extracelular

Mamíferos

Aquático ou terrestre

Completo

Faringe, esófago, estômago, intestino delgado e intestino grosso

Glândulas salivares, cecos intestinais, fígado e pâncreas

Extracelular

Quadro resumo dos sistemas digestivos de alguns animais

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Musculatura Esquelética

O sistema muscular esquelético constitui a maior parte da musculatura do corpo, formando o que se chama popularmente de carne. Essa musculatura recobre totalmente o esqueleto e está presa aos ossos, sendo responsável pela movimentação corporal.

Os músculos esqueléticos estão revestidos por uma lâmina delgada de tecido conjuntivo, o perimísio, que manda septos para o interior do músculo, septos dos quais se derivam divisões sempre mais delgadas. O músculo fica assim dividido em feixes (primários, secundários, terciários). O revestimento dos feixes menores (primários), chamado endomísio, manda para o interior do músculo membranas delgadíssimas que envolvem cada uma das fibras musculares. A fibra muscular é uma célula cilíndrica ou prismática, longa, de 3 a 12 centímetros; o seu diâmetro é infinitamente menor, variando de 20 a 100 mícrons (milésimos de milímetro), tendo um aspecto de filamento fusiforme. No seu interior notam-se muitos núcleos, de modo que se tem a idéia de ser a fibra constituída por várias células que perderam os seus limites, fundindo-se umas com as outras. Dessa forma, podemos dizer que um músculo esquelético é um pacote formado por longas fibras, que percorrem o músculo de ponta a ponta.

No citoplasma da fibra muscular esquelética há muitas miofibrilas contráteis, constituídas por filamentos compostos por dois tipos principais de proteínas – a actina e a miosina. Filamentos de actina e miosina dispostos regularmente originam um padrão bem definido de estrias (faixas) transversais alternadas, claras e escuras. Essa estrutura existe somente nas fibras que constituem os músculos esqueléticos, os quais são por isso chamados músculos estriados.

Em torno do conjunto de miofibrilas de uma fibra muscular esquelética situa-se o retículo sarcoplasmático (retículo endoplasmático liso), especializado no armazenamento de íons cálcio.

As miofibrilas são constituídas por unidades que se repetem ao longo de seu comprimento, denominadas sarcômeros. A distribuição dos filamentos de actina e miosina varia ao longo do sarcômero. As faixas mais extremas e mais claras do sarcômero, chamadas banda I, contêm apenas filamentos de actina. Dentro da banda I existe uma linha que se cora mais intensamente, denominada linha Z, que corresponde a várias uniões entre dois filamentos de actina. A faixa central, mais escura, é chamada banda A, cujas extremidades são formadas por filamentos de actina e miosina sobrepostos. Dentro da banda A existe uma região mediana mais clara – a banda H – que contém apenas miosina. Um sarcômero compreende o segmento entre duas linhas Z consecutivas e é a unidade contrátil da fibra muscular, pois é a menor porção da fibra muscular com capacidade de contração e distensão.

1- Bandas escuras (anisotrópicas – banda A).

2- Faixas claras (isotrópicas – banda I, com linha Z central).

3- Núcleos periféricos.

Contração: ocorre pelo deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina c sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona H chega a desaparecer.

A contração do músculo esquelético é voluntária e ocorre pelo deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina. Nas pontas dos filamentos de miosina existem pequenas projeções, capazes de formar ligações com certos sítios dos filamentos de actina, quando o músculo é estimulado. Essas projeções de miosina puxam os filamentos de actina, forçando-os a deslizar sobre os filamentos de miosina. Isso leva ao encurtamento das miofibrilas e à contração muscular. Durante a contração muscular, o sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona H chega a desaparecer.

Constatou-se, através de microscopia eletrônica, que o sarcolema (membrana plasmática) da fibra muscular sofre invaginações, formando túbulos anastomosados que envolvem cada conjunto de miofibrilas. Essa rede foi denominada sistema T, pois as invaginações são perpendiculares as miofibrilas. Esse sistema é responsável pela contração uniforme de cada fibra muscular estriada esquelética, não ocorrendo nas fibras lisas e sendo reduzido nas fibras cardíacas.

SISTEMA MUSCULAR

O tecido muscular é de origem mesodérmica, sendo caracterizado pela propriedade de contração e distensão de suas células, o que determina a movimentação dos membros e das vísceras. Há basicamente três tipos de tecido muscular: liso, estriado esquelético e estriado cardíaco.

Músculo liso: o músculo involuntário localiza-se na pele, órgãos internos, aparelho reprodutor, grandes vasos sangüíneos e aparelho excretor. O estímulo para a contração dos músculos lisos é mediado pelo sistema nervoso vegetativo.

Músculo estriado esquelético: é inervado pelo sistema nervoso central e, como este se encontra em parte sob controle consciente, chama-se músculo voluntário. As contrações do músculo esquelético permitem os movimentos dos diversos ossos e cartilagens do esqueleto.

Músculo cardíaco: este tipo de tecido muscular forma a maior parte do coração dos vertebrados. O músculo cardíaco carece de controle voluntário. É inervado pelo sistema nervoso vegetativo.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Sistema esquelético

Aquelas que permitem amplo movimento são chamadas de articulações móveis. Como exemplo temos a ligação do braço ao antebraço. Elas podem se apresentar em dois tipos: dobradiça e junta universal. O nome não tem muita haver com o corpo humano, mas é isso aí. A dobradiça se movimenta só em uma direção, como a articulação do braço com o antebraço: pra cima e pra baixo. Já a perna ligada ao quadril é um exemplo de junta planetária, quero dizer, universal; ela se movimenta pra cima e pra baixo e ainda pros lados.

Também existem articulações entre ossos que praticamente não se movimentam. Sabe onde? Não, aí não... As articulações de que falo ficam nos ossos da cabeça por exemplo. Elas são chamadas de articulações imóveis.

Tembem temos aquelas que são semimóveis, como os que formam a bacia e a caixa torácica. Na imagem ao lado você pode ver os dois.

A caixa torácica é composta por 12 pares de costelas, das quais 10 se ligam a um osso chamado externo e 2 se prendem apenas à coluna vertebral. Essas 2 são chamadas de costelas flutuantes.

Tanto a bacia quanto a caixa torácica protegem os alguns órgãos formando um "caixa" em volta delas.

Ossos humanos

Tecidos Nervosos

O Tecido nervoso é sensível a vários tipos de estímulos que se originam de fora ou do interior do organismo. Ao ser estimulado, esse tecido torna-se capaz de conduzir os impulsos nervosos de maneira rápida e, às vezes, por distâncias relativamente grandes. Trata-se de um dos tecidos mais especializados do organismo animal.
Sistema nervoso central e sistema nervoso perférico

O tecido nervosos participa da organização do sistema nervoso, que anatomicamente pode ser dividido em:
sistema nervoso central (SNC) -- formado pelo encéfalo e pela medula espinhal;
sistema nervoso perférico (SNP) -- formado pelos nervos e glânglios nervosos.

Os neurônios -- Células altamente especializadas, os neurônios são dotados de um corpo celular e numerosos prolongamentos. O corpo celular do neurônio contém um núcleo grande e arredondado e os organóides comuns às células animais. As mitocôndrias são numerosas e o ergastoplasma é bem desenvolvido. Os prolongamentos do neurônio podem ser de dois tipos:
dendritos (do grego déndron: árvore) -- são ramificações que têm a função de captar estímulos;
axônio (do grego áxon: eixo) -- é o maior prolongamento da célula nervosa (varia de frações de milímetro até cerca de 1 metro); cada neurônio tem apenas um axônio; em sua parte final, ramifica-se em prolongamentos muitos finos, que freqüentemente delimitam pequenas dilatações contendo microvesículas portadoras de neurormônios. Em toda sua extensão, o axônio é envolvido por células que se dispõem em torno de sua superfície, formando um envoltório espiralado que constitui a chamada bainha de Schwann ou neurilema.

Em muitos axônios, as células de Schwann, enrolando-se em espiral no axônio, determinam a formação de um invólucro membranoso pluriestratificado. Esse vólucro, de natureza lipídica, é denominado bainha de mielina. Essa bainha atua como isolante elétrico e contribui para o aumento da velocidade de propagação do impulso nervoso ao longo do axônio. A bainha de mielina, porém, não é contínua. Entre uma célula de Schwann e outra existe uma região de descontinuidade da bainha, o que acarreta a existência de uma constrição (estrangulamento) denominada nódulo de Ranvier. Existem axônios em que as células de Schwann não formam a bainha de mielina. Por isso, há duas variedades de axônios: os mielínicos e os amielínicos.

As fibras nervosas -- As fibras nervosas são formadas pelos prolongamentos dos neurônios (dendritos ou axônios) e seus envoltórios Cada fibra nervosa é envolvida por uma camada conjuntiva denominada endoneuro. Assim, em uma fibra mielinizada, temos três bainhas envolvendo o axônio: bainha de mielina (de natureza lipídica), bainha de Schwann e o endoneuro.

As fibras nervosas organizam-se em feixes. Cada feixe, por sua vez, é envolvido por uma bainha conjuntiva denominada perineuro. Vários feixes agrupados paralelamente formam um nervo. O nervo também é envolvido por uma bainha de tecido conjuntivo chamada epineuro. Os nervos não contêm os corpos celulares dos neurônios; esses corpos celulares localizam-se no sistema nervoso central ou nos gânglios nervosos, que podem ser observados próximos à medula espinhal.

Quando partem do encéfalo, os nervos são chamados de cranianos; quando partem da medula espinhal, denominam raquidianos.
Os nervos permitem a comunicação dos centros nervosos com os órgãos receptores (sensoriais) ou, ainda, com os órgãos efetores (músculos e glândulas). De acordo com o sentido da transmissão do impulso nervoso, os nervos podem ser:

sensitivos ou aferentes -- quando transmitem os impulsos nervosos dos órgãos receptores até o o sistema nervoso central;

motores ou eferentes -- quando transmitem os impulsos nervosos do sistema nervoso central para os órgãos efetores;

mistos -- quando possuem tanto fibras sensitivas quanto fibras motoras. Os nervos mistos são os mais comuns no organismo.

As sinapses -- Sinapses são regiões de conexão química estabelecidas entre um neurônio e outro ou entre um neurônio e uma fibra muscular ou entre um neurônio e uma célula glandular. Logo, as sinapses podem ser interneurais (entre um neurônio e outro), neuromusculares (entre um neurônio e uma fibra muscular) ou neuroglandulares (entre um neurônio e uma célula glandular).

Um neurônio não se comunica fisicamente com outro neurônio nem com a fibra muscular ou com a célula glandular. Existe entre eles um microespaço, denominado espaço sináptico, no qual um neurônio transmite o impulso nervoso para outro através da ação de mediadores químicos ou neurormônios. Os neurormônios mais comuns são as ascetilcolina e a adenalina. Assim, as fibras nervosas podem ser classificadas, basicamente em colinérgicas (quando liberam acetilcolina) ou adrenérgicas (quando liberam adrenalina).

Atuação dos neurormônios -- Os neurormônios estão contidos em microvesículas presentes nas extremidades do axônio. Quando o impulso nervoso chega até essas extremidades, as microvesículas liberam o mediador químico para o espaço sináptico. O neurormônio, então, combina-se com receptores moleculares presentes no neurônio que deverá ser estimulado (ou na fibra muscular ou na célula glandular). Dessa combinação resulta a mudança na permeabilidade da membrana da célula receptora, fato que desencadeia uma entrada de íons no interior da célula e a conseqüente inversão da polaridade da membrana. Surge, então, um potencial de ação que gera, na célula receptora, um impulso nervoso. Como os neurormônios capazes de transmitir o impulso nervoso acham-se presentes apenas nas extremidades dos axônios, conclui-se que o sentido de propagação do impulso ao longo do neurônio é unidirecional. Geralmente, deve ter o seguinte trajeto:

O tecido muscular é uma parte do corpo humano? e é caracterizado pela sua contratibilidade?, ou seja, pela capacidade de se contrair segundo alguns estímulos claros e utilizando o ATP? (molécula orgânica responsável pelo armazenamento de energia? nas suas ligações químicas?); e pela sua excitabilidade, ou seja, capacidade de responder a um estímulo nervoso?.

As célula?s desse tecido são de origem mesodérmica?, sendo que a sua diferenciação se dá através da síntese de proteínas específicas com uma organização determinada, tais como os diferentes tipos de actina?s, miosina?s e proteínas motoras filamentosas.

Os tecidos musculares são diferenciados pelas suas características morfo-funcionais. Existem três tipos principais de tecidos musculares:

  • Tecido muscular estriado? (esquelético),

  • Tecido muscular cardíaco? e

  • Tecido muscular liso?.

Os tecidos estriados apresentam estriações visíveis em microscopia ótica?, o que não é existente no tecido muscular liso, cujas célula?s, de formato fusiforme, se apresentam aleatoriamente dispostas.

Os músculo?s esqueléticos são voluntários e de contração rápida. São eles os músculos comuns geralmente envolvidos na locomoção? ou no envolvimento de vísceras, como o bíceps? braquial ou o deltóide.

O tecido estriado cardíaco está na constituição do coração?, a bomba propulsora do sistema circulatório? humano. Esse tecido tem contracção rápida, involuntária e rítmica, possuindo células ramificadas que se associam em discos intercalares proporcionando uma forte adesão celular e comunicação/propagação do impulso elétrico.

O músculo liso está principalmente presente nas vísceras e contrai-se lenta e involuntáriamente. São orgãos internos, como o estômago?, o intestino?, os pulmões? e os vasos sanguíneos.